Papo de quinta: Em que palco você gostaria de estar?

 


 
Hoje é dia de falar de comportamento feminino aqui no blog. Eu tinha deixado um texto pronto, sobre empreendedorismo feminino inspirada em um filme, que adoro, mas ao assistir a dois shows no Rock in Rio na semana passada, não pude deixar de reparar em dois palcos.
 
O primeiro palco, quem me chamou atenção foi o Rodrigo, meu marido, que adora os Motley Crew, que eu confesso, não conhecia, não lembrava...uma galera radical, que ama motos e garotas lindas e representa o Metal Glam.
 
O outro palco, do Rod Stewart, que mantém o mesmo corte de cabelo, mas evoluiu no quesito cavalheiresco e isso me deu muita vontade de compartilhar com você e te perguntar: em que palco você gostaria de estar, mulher? Ou, em que palco você gostaria que sua mãe, irmã, mulher ou prima estivesse, homem?
 
Analise comigo:

 
Gatíssima, sexy, magra, modelo "gostosona" que tem a ver com que temos conversado, no backstage eu e Flavia Rebello sobre o machismo nerd, que anda sempre com uma "gostosa" a tira colo e rende boas séries de TV, reality shows e tudo mais.
 
Antes de mais nada, não tem a ver com recalque, acho lindo gente linda, mulher com auto estima alta e gata, adoro! Tenho muitas amigas lindas e sensuais e não tem problema nenhum em ser bonita, estar de bem com seu corpo e sensualizar. O que estou trazendo para nosso papo é analisar se não tem um certo exagero nessa tal "liberdade feminina", se de fato é liberdade mesmo ou se no fundo não passa de uma grande cobrança pelo corpo perfeito e um quê de mulher objeto quando as mulheres são colocadas a rebolar, de short curto, body ou collant em um show estilo propaganda de cerveja. Muita gente atribui a super sensualização e vulgarização da mulher ao Funk carioca, mas após o filme interpretado por Tom Cruise (Rock of Ages) e uma conversa com a Kiki, percebi que o rock também tem esse aspecto machista. Muitas mulheres para o rock star, as groupies e tudo mais e letras onde a mulher de fato está em um lugar não muito de destaque ou valorizado, por assim dizer.
 
Adoro rock, mas tenho auto crítica. E o show do Motley Crew me deixou muito desconfortável ao lado do meu marido, fiquei com as bochechas rosadas e querendo sumir do sofá. Já houve tempo em que eu tentaria imitar em algum momento, para seduzir o meu homem, levando o estilo como referência de sedução. Mas, hoje, com 40 anos, mãe, dona do meu negócio, percebo que não quero para mim ainda esse papel de ser a super mulher e seduzir meu homem, fazer todo o trabalho sozinha. Tem que ter envolvimento, desejo mútuo, por assim dizer.
 
 
No domingo foi a vez do show do Rod Stewart e para minha surpresa, havia várias mulheres no palco. Tocando harpa, trompete, percussão, bateria, cantando e elas eram encantadoras e estavam na banda para valer, mostrando todo seu talento.
O Rod, super cavalheiro, as levava pelas mãos à frente do palco para que solassem. Eu fiquei encantada. Com seus vestidos estilo "melindrosas", combinando com cada blazer dele, ou seja, trocaram de roupas várias vezes e sua performance era linda, feminina, sensual e poderosa. A alegria delas, o ar de confiança eram nítidas e a beleza, nem se fala. Não era sombrio e nem chamando para a briga, como se precisasse se auto afirmar. Vibrei, dei gritinhos e quase saí dançando e lógico, mostrei a diferença para o Rodrigo.
O Rod, as estava empoderando e elas, empoderando outras mulheres, mostrando que sim, é possível brilhar, fazer parte de algo grande, sem se vulgarizar ou vender. 
 
 
Me lembrou o show da Lilith Fair, que é um movimento só para mulheres artistas, cantoras, que reivindicam destaques e maiores couverts do que os homens e questionam esse mercado. Mas, isso é para outro papo de quinta.
 
Decidiu em qual palco gostaria de estar ou ver suas mulheres brilharem?

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