Para começo de conversa, quero deixar claro que
quem exerce atividade remunerada deve pagar o INSS, assim como quem é autônomo ou
tem empresa, deve recolher o imposto.
Não estou aqui fazendo apologia à sonegação fiscal,
só acredito que não devemos contar somente com esta única fonte de renda quando
nos aposentarmos.
O INSS, apesar das dificuldades que seus usuários têm
enfrentado atualmente com greves e suas consequências (ex.: demora na marcação
de perícias), tem seu lado positivo. Tais como auxilio contra invalidez,
doenças em condições que o mercado segurador não cobre, além de o beneficiário
contar com 13º salário.
Porém, tudo isso é coberto por valores baixos que
muitas vezes não irão suprir suas despesas e manter o padrão de vida que tem.
Lembro-me que quando era criança ouvia dos meus
avós: “Mas sou um velho aposentado...”. Aquilo me soava como um pobre vovozinho
sem renda. Apesar deste discurso, eu os vi construindo casa, fazendo passeios e
podendo viver de maneira satisfatória, ainda que não tivessem feito um plano
financeiro. Acredito que se eles fossem se aposentar hoje não viveriam da mesma
maneira, pois as dificuldades estão maiores.
A cada momento o déficit da previdência está maior.
Nosso sistema é o de repartição simples, no qual as contribuições de quem está
na ativa bancam as aposentadorias e pensões. Como a população está
envelhecendo, menos contribuirão. Sendo assim, as arrecadações para custear os
gastos se tornam menores do que os pagamentos.
Algumas opções podem ajudar, vejamos quais:
Se você trabalha numa empresa do setor público e
pensa que está tranquilo, pois é descontado mensalmente do seu contracheque sua
contribuição para o fundo de pensão, sinto informá-lo que pode começar a se
preocupar. Vários institutos estão com os mesmos problemas que o governo
Federal. Os déficits dos Estados superam os R$ 50 bilhões e o pior é que com o
agravamento da crise, a queda da arrecadação dos impostos e com a Lei de Responsabilidade
Fiscal, os governos têm limite para absorver o gasto com pessoal. Preocupa
saber que recentemente, o Rio Previdência, instituto previdenciário dos
servidores do Estado do Rio de Janeiro, teve US$129 milhões bloqueados nos EUA
devido à queda na arrecadação de royalties.
E se você trabalha numa empresa privada e a mesma
contribui junto com você? Não vá achando que só com esta contribuição terá seu
custo de vida coberto. Precisará se planejar para ter outras fontes de
aposentadoria.
Os planos corporativos foram moldados para
complementar a sua renda, mas também considerando a capacidade econômica da sua
empresa. Ou seja, o plano irá suprir, no limite 50% da sua renda, dado que
incluirá seu INSS.
Sem dúvida, essa é uma excelente opção de
investimento, pelo simples fato de a empresa fazer uma contribuição que gera a
você, no instante zero, um retorno de 100% sobre o valor do seu investimento.
Geralmente, a empresa contribui com o mesmo percentual que o funcionário.
Além disso, outras vantagens nos planos
corporativos podem ser citadas, tais como: diferimento fiscal (desde que você
faça a declaração do IR pelo modelo completo), rentabilidade e condições
comerciais diferenciadas (taxa de carregamento e administração) e condições
técnicas (tábua atuarial e taxa de juros) mais vantajosas quando comparadas aos
planos individuais.
Atualmente, poucas são as pessoas que passam a vida
profissional na mesma empresa, sendo assim, muitas acabam resgatando e pagando
pesada tributação. Sem contar que a maioria não poupa o máximo permitido pelo
plano.
Você pensa em optar por fazer um plano de previdência
aberta junto ao seu banco? Peço especial atenção para considerar na avaliação
da contratação deste plano o quanto é cobrado de taxa de administração.
Recomendo que seja até 1% ao ano, acima disso comprometerá seu rendimento,
especialmente se o fundo for conservador. Deve observar se há cobrança de taxa
de carregamento, percentual descontado de cada aporte realizado. Aqui,
resumidamente, ressalto as questões dos custos nos planos, sem considerar
regime de imposto de renda.
É, caro leitor, esta tal de previdência dá uma dorzinha
de cabeça hoje, não é? Acredito que seja melhor tratar dela hoje que ainda está
com disposição para trabalhar, do que lá na frente quando não sabemos em quais
condições de vida estará.
Mas afinal, o que definitivamente deve fazer como
plano de aposentadoria visto que o quê apresentei não atende perfeitamente?
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