Ser mãe não é pra qualquer um...

          Alguns acontecimentos recentes, me fizeram repensar muito a maternidade, e só tive mais certeza do que eu já sabia: ser mãe não é para qualquer mulher. Quando eu digo ser mãe, não estou falando só do fato de parir, de colocar uma criança no mundo. Quando falo em ser mãe, falo das responsabilidades de cuidar e de educar um serzinho dependente, indefeso e que não pediu pra nascer.
          Muitas mulheres colocam filhos no mundo como se fosse uma coisa simples, de forma inconsequente, sem um mínimo de preparo, e estrutura, e não é só financeira. Não tem pingo de estrutura psicológica para encarar as barras do que é maternidade.
          Alguns põe a culpa na desinformação, mas em tempos como os de hoje, essa desculpa já não cola. Filhos não salvam casamentos, filhos não são investimento, filhos não são moeda de troca.
          Conheço inúmeros casos de meninas que engravidaram novas, por descuido, e se tornaram mães maravilhosas, mas também conheço muitos casos de mães completamente irresponsáveis, que também engravidaram por "descuido" e negligenciaram a criação de seus filhos.
          Em contrapartida, conheci histórias no último ano, de homens que se tornaram verdadeiras "mães", e assumiram a responsabilidade pela criação de seus filhos, mostrando que colocar no mundo não garante um futuro, mas que a criação sim, e esses homens eu aplaudo de pé.
          O que me entristece hoje, é perceber o quanto a maternidade foi banalizada. Gente, ter um filho não é só trocar fralda, dar mamadeira, brincar no parquinho e postar foto o Instagram não. Educação não é papel da escola, e também não pode ser terceirizada. Assim é fácil né?
          As vezes, filhos demandam uma atenção que nem sempre podemos dar, uma disponibilidade que nem sempre temos, formar o caráter de uma pessoinha não é tão fácil assim, e esse papo de que tinha que ser, foi Deus quem mandou, que estava na hora, ou que o relógio biológico tava passando, não me convence nadinha.
          Ter um filho exige muito planejamento, e não é só financeiro. Decidir ter um filho envolve uma série de escolhas, e a partir disso, é preciso ter em mente que muitas coisas serão abdicadas, que por um bom tempo, a educação do pequeno será prioridade. É preciso ter tempo, e digo mais, acho que é preciso ter vocação. Ter filhos é se desprender de egoísmos, e saber que o centro de nossas vidas, por um bom tempo, vai ser aquela coisinha careca e desdentada.
          Acho incrível quando alguém consegue cuidar, criar, amar, passar valores, educar, independente do tempo que tenha disponível para cuidar dos filhos. Na realidade em que vivemos, a maioria esmagadora precisa trabalhar, e é óbvio que a criança vai passar boa parte do tempo na creche, ou com outras pessoas, e é aí que entendemos que não é a quantidade de tempo em que convivemos com os pequenos, e sim a qualidade desse tempo. A forma que utilizamos esse tempo é um fator determinante.
          Se não estamos dispostos a alcançar esse grau de doação, é melhor repensar o assunto.

          Beijos, e nos vemos na próxima semana. :)


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