PAPO DE QUINTA: Quando seu tempo vale mais

Olá Pessoal, hoje é dia de bater nosso papo e observando a insatisfação, tristeza e decepção das pessoas pela crise que enfrentamos, reflito sobre a grande crise em que me pus há alguns anos.
Já estou acostumada a viver em crise. Aliás, o Rodrigo, meu marido diz que eu vivo em crise. Existencial, sentimental, por não saber dizer não e me atolar de tarefas, trabalho, dívidas, compromissos, enfim...uma crise total! rs

Mas, hoje vou falar da crise financeira e do quanto me acostumei a me virar com pouco e recomendo! Eu fui escoteira, como já comentei aqui no blog, algumas vezes e na época em que o Brasil enfrentava muita dificuldade financeira, tinha uma crise externa tremendamente absurda, inflação com índices impronunciáveis e um canivete suisso custava os olhos da cara e não era para meu bico, mas era meu sonho de escoteirinha. Ainda assim, consegui fazer parte de um "esporte de luxo" e sabe por que? Por que o escotismo tem como princípio o "aprender fazendo" e prega os momentos que se vive, as aventuras, as descobertas, as etapas vencidas e não o quanto se compra. Se não tem cão, caça com gato, se não tem canivete suisso, usa o canivete que vende na lojinha do centro e faz seu abrigo natural, sua pioneiria e isso me fez despertar com uma mente e atitudes empreendedoras. Havia uma onda negativa e pessimista nos anos 80, ainda mais em um Brasil pós ditadura, mas minha chefe escoteira, Adriana Trautmann nos puxava orelha quando estávamos cabisbaixas ou sem acreditar que conseguiríamos sem grana e sem muitos recursos participar de uma atividade regional, uma competição ou aprender técnicas difíceis para competir ou resistir às adversidades de um acampamento. Um dia, Adriana nos disse que deveríamos abraçar árvores, quando estivéssemos tristes, com medo e assim, passei a ver acalanto na natureza e a me animar para estar nas excursões, escaladas e atividades escoteiras, porque eu saia delas revigorada. Uma certa vez, ela nos disse que sempre temos escolha e sempre poderíamos olhar um copo com água pela metade e decidir se acharíamos o copo meio vazio ou o copo meio cheio.

Então, eu sempre tento olhar para o copo e vê-o meio cheio, ao invés de enxergá-lo meio vazio e praticar o mi mi mi. Lógico que não foi fácil moldar essa forma de pensar e reagir às adversidades, mas foram anos de treino. 

Quando a situação na minha vida melhorou e eu tinha um emprego bacana, uma renda fixa mensal, plano de saúde, pude morar num bairro legal, comprar o que eu queria, me veio uma onda de muita ansiedade, estresse e ataques de birra, além de um forte mimimo, Quando avançamos e crescemos na vida, temos que lidar com essa vitória e não devemos sucumbir ao poder. Por que? Ficamos moles demais, mal acostumados demais, reclamões demais e contagiamos a tudo e a todos com esse baixo astral.

Não estou falando para nos cegarmos diante a realidade dos fatos, ao contrário. Enxergue a sua realidade, sem fantasia. Durante a crise, se precisar deixar de comprar um queijo mais caro, compre o mais barato. Se não der para comprar queijo, faça omelete e curta o seu momento deliciando seu omelete, mas pare de pessimismo e pare de reclamar. Veja o que é desnecessário, o que só te enche de ego e brio e seja mais simples, fique mais leve. Menos é mais. Eu sei porque quando optei por ter meu próprio negócio e ser dona do meu tempo, eu tive que abrir da mão da "estabilidade" e precisei abrir mão de coisas que eram extremamente "necessárias" para minha felicidade. 

Estamos às voltas com o natal, eu adoraria dar muitos presentes para meus clientes, amigos, familiares, mas, como em um cartão virtual que circula por aí, resolvi ser presente. É melhor do que dar presente e não ser presente na vida de ninguém. Eu cheguei a um ponto que não tenho grana sobrando no momento e não tenho tempo sobrando para poder criar meus presentes, então vou aproveitar o natal da melhor maneira que eu puder...da forma mais criativa que eu conseguir e de peito aberto.

Porque eu posso ver a situação atual como um caos, uma crise e ficar triste porque não vou ter décimo terceiro ainda, porque não vou poder viajar nas férias ainda ou aproveitar que tenho pernas, braços, saúde, família, uma casa confortável e moro em um lugar incrível e tenho um trabalho que me permite agendar posts e reduzir e muito minha carga horária para curtir o verão com meu filho...sem contar todas as realizações profissionais e reinvestimentos que fiz na empresa ao longo do ano. O meu maior presente para meus clientes vai ser orientá-los com maestria para através da comunicação digital, alcançarem clientes e parceiros e vou mimá-los com um presente que vai ajudar e muito na estratégia e veio com o nosso trabalho e o profissionalismo de uma parceira. Mas, sonho com além de trabalho, foco e estratégia, mimar meus clientes durante 2016, ver mais amigos e familiares e ter mais ócio criativo e curtir minha liberdade de escolha e meu tempo no ano que está batendo à nossa porta.

A crise vai passar, mas não devemos aumentar sua proporção e dar ataques de pelanca e sofrer por coisas que não merecem ter nossa atenção e energia. Qual vai ser a sua postura diante da crise? Vai enfrenta-la em paz e com sabedoria e cartas na manga ou vai guerrear incessantemente? Você pode escolher!Os orientais dizem que temos que ser flexíveis, como o bambu, envergar e não quebrar, ir com o vento. Abra mão do que está fazendo você pesar e seja mais leve e com alma mais leve e liberdade, você vai entender que não precisa tanto de coisas, mas de ser você! Um natal com mais sorriso no rosto, brilho no olhar e muitos abraços apertados! Sem paranóia!

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