PAPO DE QUINTA: Porque resolvi empreender...e como é trabalhar do Quintal de casa


Olá! Bem-vindo a mais um Papo de quinta, minha coluna semanal, onde divido minhas impressões sobre algumas questões que vivencio no trabalho, ou que nos impactam de maneira global, ou local. Hoje vou contar porque resolvi empreender e como é trabalhar de casa, do home office e do próprio quintal.
Eu comecei a trabalhar muito nova. Com 13 anos de idade minha mãe me indicou a uma vaga de auxiliar de Professora de educação infantil. Eu aprendi muito, li Piaget e outros Pedagogos e minha mãe me disse que isso serviria para minha vida toda. Eu pensava em fazer Normal, já que estudei no IEPIC, escola de formação de Professores no ensino médio. 
A partir daí, não parei mais de trabalhar. Minha mãe sempre me disse que eu deveria ter meu próprio dinheiro e quando eu saía de um trabalho formal, ela me indicava trabalhar vendendo alguma coisa. Outra coisa que me estimulou foi terminar o curso de inglês e fazer a formação para dar aula de inglês
Mulher sempre precisa de dinheiro e flexibilidade de tempo, ainda mais quando vem os filhos, dizia ela. 
Minha mãe foi mãe muito jovem. Com 18 anos e em 1975. Ela investiu em sua carreira, na Prefeitura de São Gonçalo, na área de Engenharia e eu fui criada pela minha avó. Que sempre vendia alguma coisa, como sacolé, laranjinha e fazia cursos, como de cabeleireira e bolo. Hoje ela teria um blog seria you tuber com seus talentos. Era super empreendedora.
Essa palavra não existia e era outro momento na economia.
Eu comecei a dar aulas de inglês quando passei para Biblioteconomia na UFF e isso me salvou. Eu estava trabalhando em uma loja e não poderia cursar as aulas em período integral. Meu gerente na época (eu trabalhava em uma loja de fotografia) me incentivou a deixar a loja e cair dentro do curso na UFF.
E então eu alternava aulas na UFF com as aulas de inglês, que ministrava em Madureira e Caxias.
Depois, minha amiga de curso, a Querida Wanice, me indicou para a vaga de estagiária na CESPI, atual CIESPI e lá conheci a Teresa, minha chefe maezona. 
Ainda não havia claro o conceito de ONG, mas lá, batalhavámos para manter a primeira biblioteca sobre infância em situação de pobreza funcionando com agências de fomento, como FINEP, FAPERJ, PETROBRAS.
E ao concluir o curso, meu professor orientador, o Querido Gilson Monteiro, que não está mais entre nós, me ofereceu orientar-me em uma bolsa treinamento na FAPERJ, transformando meu TCC em projeto de preservação da coleção Moncorvo Filho.
Bem, a partir daí, continuei na pesquisa, pela FINEP, trabalhei na Biblioteca de Engenharia da UFF e como a mamãe faleceu e eu fiquei tomando conta da minha irmã, a Fernanda, eu buscava trabalhos com flexibilidade de horário, feriados e ferias que batessem com a da Fernanda. 
Eu evitava o mercado formal. Claro que não era fácil, com baixo salário e atrasos. Continuava dando aula de inglês e fazendo artesanato.
Até que meu amigo Rinaldo me incentivou a assumir a vaga no setor de Aquisições da PETROBRAS, através da DOCUMENTAR. A recrutadora Cristina também me incentivou e foi uma excelente experiência, através do horário apertado e das dificuldades em casa, com Fernanda adolescente e eu não poder mais acompanha-la tão de perto. 
Parece uma conta difícil de fechar...criar, educar uma criança e pagar as contas.
Minha amiga Samyra me indicou uma vaga, que eu considerava inusitada...trabalhar como instrutora de software para Bibliotecas e assim fui...para uma empresa americana, na qual me tornei gerente geral no Brasil. 
Depois disso, a idade foi chegando, o cansaço foi batendo e a vontade de ser mãe aumentando. 
Então, Rodrigo, meu companheiro me incentivou a deixar o mercado formal e investir em um negócio próprio.
Eu abri um SPA alternativo, o Brazil Zen e foi fantástico poder testar o que aprendi na prática na empresa que gerenciei e também o que estudei e aprendi na pós graduação em marketing, onde conheci o Orkut, blog e empreendedorismo.
Bem, o SPA precisou ser fechado por questões alheias à minha vontade e os comerciantes locais se encantaram com a forma com a qual eu dirigia e cuidava do marketing. Até que surgiu a demanda pelas mídias sociais.
Quando pensava em sair da empresa onde passei mais tempo da minha vida - 7 anos, eu criei esse blog, pensando em vender meus trabalhos como bibliotecária virtual e até pensando em organizar coleções, decorar bibliotecas, criar objetos para bibliotecas.
Mas, as mídias sociais chegaram com força e após sessões de coaching com a Ana Paula Santos, enxerguei possibilidade em transformar a Biblio Ideias no meu trabalho. Como uma empresa.
E desde 2011 estou firme nesse projeto.
Não é fácil...é bastante difícil e vou contar para vocês nos Papos de Quinta um pouco sobre os bastidores, as dores e as delícias de ser empreendedora e como fiz as pazes com a Biblioteconomia.
Como é trabalhar de casa e do meu quintal? MARAVILHOSO. Adoro ser dona do meu tempo, escolher os meus clientes e investir na minha educação para oferecer o melhor aos projetos que assumo.
Cada vez mais tenho certeza de que a vida home based é para mim e que meus clientes são os que estiverem em qualquer lugar do Brasil e do mundo, que apostem nesse tipo de serviço, à distância, online, remoto e que queira interagir por Skpye, WhatsApp, inbox, e-mail.
Esse é meu estilo de vida. Eu amo trabalhar do meu quintal e de onde eu quiser, na minha casa. Economizo tempo, dinheiro, não me desloco e posso acompanhar e cuidar de perto do meu filho, Miguel, que está com 6 anos e foi minha maior motivação para tornar-me uma mãe empreendedora.
Agora o desafio é ainda pagar as contas. Que venham excelentes projetos!

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